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Andando no Ar

Overview

Andando no Ar --- 2014-11-00

Text release (in portuguese) Rubinho Jacobina é unanimidade. É aclamado nas filas das boates, nas coxias e nos camarins. E sempre muito comentado em frente aos espelhos dos banheiros femininos. É adorado por críticos, crianças e vedetes. Provando que estas ainda existem. Rubinho faz um corte horizontal na linha vertical do tempo. Enxerga o dia a dia através do imaginário do samba usando o exagero e a caricatura para despir e derrubar a hipocrisia. Seus afrontos aos bons costumes são apresentados na linguagem mais elegante. Tem aquela flexibilidade nas linhas e entrelinhas que remetem à lapa antiga e ao futebol arte. Mas tem pernas de menino. E com elas seduz como ninguém. É o único compositor da sua geração (e não só da sua) que detém controle absoluto deste flerte entre melodia e letra. E sempre atrás e além desta leveza vem tristeza, ranger de dentes, madrugadas de verdade. Rubinho Jacobina é compositor de música brasileira. Bem, sei que me excedo. Para vocês que estão escutando este disco agora sem saber se a ironia lhes cabe - cabe sim. Rubinho não tem dó de si mesmo, de você ou de ninguém. Nós que moramos no Rio esperamos anos por este disco. Sofremos de antemão para que você pudesse descobrir por acaso este nosso orgulho. Esperamos e fomos devidamente regalados. E não sei qual prazer é maior - a antecipação coroada ou a simples surpresa. O passarinho amoral, a brejeirice sem ilusões, toda a sabedoria do carnaval com sua novidade que chega em forma de saudade. A imagem emprestada da Bardot, tudo em rimas inevitáveis. A produção de Moreno Veloso e Pedro Sá foi fiel às ideias do artista. A banda formada por seus companheiros da Orquestra Imperial Pedro Sá e Bartolo nas guitarras, Domenico Lancelotti e Marcelo Callado, na bateria e percussões; e Bubu no baixo, é a mesma do seu primeiro álbum de 2005. Vale destacar também a participação de Nelson Jacobina. Os arranjos de sopro e de cordas são do próprio Rubinho. Lamento não poder traduzir suas letras para o francês. Que alguém o faça logo! Arto Lindsay